Processos coeducativos emergentes do ensino dos jogos esportivos nas aulas de educação física: diálogos entre os estudos de gênero e a pedagogia do esporte

Resumo

A proposta do presente estudo partiu da inquietação sobre as possibilidades de sensibilização e reflexão de alunos e alunas a respeito das desigualdades de gênero, bem como do empoderamento das meninas e de meninos desviantes da masculinidade hegemônica nas práticas corporais. Partindo dessa problematização, o estudo tem como objetivo analisar os processos coeducativos emergentes do ensino dos jogos esportivos nas aulas de Educação Física. Trata-se de uma pesquisa-ação, balizada pela implementação de uma unidade didática sobre esportes de invasão em uma turma de 6º ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal da periferia de Ribeirão Preto. Os instrumentos de coleta de dados consistiram na observação participante e rodas de conversa com registros em diários de aulas. A unidade didática se deu através de 17 aulas (duplas e simples), realizadas em 11 encontros. Os temas abordados foram pautados nos saberes vinculados às lógicas interna e externa dos jogos esportivos de invasão com ênfase nas relações de gênero. Além de jogos, que demarcaram os elementos estruturais e as intenções táticas dos esportes de invasão, algumas estratégias metodológicas foram utilizadas no sentido de problematizar e (re)significar modelos e paradigmas, que naturalizam atitudes discriminatórias e comportamentos preconceituosos nas aulas de Educação Física e na sociedade, tais como: exibição de vídeos, júri simulado, metodologia Callejera e Futebol Generificado. Em face dos dados coletados, os resultados serão tratados por meio da análise por categorias, definidas a partir dos elementos apresentados de forma mais recorrente durante a pesquisa e articuladas às relações de gênero e ao ensino dos jogos esportivos.